segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Necessidade de professores também é problema na Suíça

A escassez de educadores na Suíça, tem assustado a Federação de Professores (LCH). Cada vez há mais alunos inscritos e menos instrutores atuando.
E as perspectivas não são lá animadoras, segundo previsão da LCH, cerca de um terço dos professores empregados em escolas públicas no país, vai se aposentar nos próximos 15 anos.
A alta demanda por educadores é devida às classes heterogêneas, ao aumento de pais que trabalham fora e aos encargos administrativos que aumentaram muito.
Em alguns Estados, os assistentes de classe são a alternativa para o problema. Professores de tempo parcial, profissionais de áreas afins e até mesmo leigos em pedagogia estão ajudando a suprir a falta de educadores.
Como a pluralidade cultural é uma característica marcante na Suíça, os professores estrangeiros são muito bem-vindos. Cidadãos não europeus podem cursar a Universidade de Ciências Aplicadas do Noroeste da Suíça (UFHW), uma das mais procuradas nesse campo de ensino. Só que isso depende da educação que os interessados tiveram antes.
"É preciso um diploma de acesso à Universidade, correspondente à Matura (Ensino Médio suíço)", explica Teia Fetescu, da Faculdade de Pedagogia. "Além disso, como um não falante nativo da língua alemã, com o diploma C2 no idioma, para ser admitido", completa.

domingo, 4 de julho de 2010

Silvio Tendler nos apresenta a história, pelo seu ponto de vista, dos últimos 50 anos do século XX. Contextualiza as guerras, as revoluções, suas utopias e as barbáries.
O documentário traz uma linguagem fílmica que não estamos acostumados a ver no cinema comercial, como a distorção de som e imagens. Recurso que ajuda o espectador a captar a sensação de estar vendo uma forma diferente à história recente da humanidade. Nessas quase duas décadas “Utopia e Barbárie” passou por 15 países, dentre eles França, Cuba, Brasil, Vietnã e EUA. O filme é narrado em primeira pessoa nas vozes de Chico Diaz, Letícia Spiller e Amir Haddad. Os entrevistados são influentes personagens (militares, dramaturgos, jornalistas, políticos, escritores, sobreviventes de guerra etc.) Um importante detalhe não foi deixado de lado no documentário, que é a repetição dos caracteres dos nomes dos entrevistados. Afinal, com os depoimentos com mais de 50 pessoas, fica difícil de lembrarmos os nomes de todos eles.
Silvio Tendler utiliza vários trechos de filmes para ilustrar diversas revoluções, por exemplo, “Roma Cidade Aberta” de Roberto Rossellini; “Campesinos”, de Marta Rodriguez e Jorge Silva, documentário que trata da forma de como os grandes proprietários de terra impõem a sua cultura e os conflitos em ocupações de terras, sobre os índios e camponeses; “Camilo Torres”, de Bruno Muel e J.P. Sergent, sobre o padre católico e guerrilheiro colombiano; “The Black Panther Newsreel”, que trata de registros históricos com entrevistas, audiências públicas e depoimentos de integrantes do grupo revolucionário Panteras Negras; “A Batalha de Argel”, narra a luta pela independência da Argélia, que põe em combate o exército francês e a Frente de Libertação, dirigido por Gillo Pontecorvo.
Talvez o mais impactante, por ser um trecho longo usado no documentário, “Setembro Chileno” conta a tomada do poder pelo general Pinochet. Obra de Bruno Muel, diretor, fotógrafo e jornalista. Tais filmes foram escolhidos a dedo, para representar através de outras obras cinematográficas os ideais, sentimentos e pensamentos de uma geração. O longa-metragem mostra que a utopia existe e paga-se um preço muito caro por isso. Silvio Tendler conta a relação direta dos EUA com as ditaduras sul-americanas. Registros em áudio nos são apresentados com as vozes dos principais políticos, que na época defendiam a ditadura militar no Brasil e que ainda influenciam a opinião pública.Nos anos 2000, Tendler exibe incríveis personagens em viagens feitas ao Oriente. Segundo o documentário, vivemos atualmente numa distopia, isto é, o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo está baseado numa ficção, no qual o valor representa a antítese da utopia, que tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica para se formar uma nova ideologia que não aceita o imperialismo.“Utopia e Barbárie” é uma aula de história e segue como indicação para professores que se preocupam em ensinar fora da classe, preocupados em mostrar outras formas de conhecimento. Essa obra é o que se costuma chamar dentro do jornalismo de “grande reportagem”, que pode ser encontrada em revistas como Brasileiros, Caros Amigos, Piauí etc.